Estrelada por Eduardo Martini, “Simplesmente Clô” marca o retorno dos teatros na cidade e relembra passagens da vida do estilista e apresentador
Eduardo Martini estreou no dia 20 de novembro de 2020 , “Simplesmente Clô”, monólogo escrito pelo jornalista e dramaturgo Bruno Cavalcanti sobre a vida e a obra do estilista e apresentador de TV Clodovil Hernandes (1937-2009).
Na obra, Clodovil realiza um inventário de sua vida e suas criações ao longo de mais de 40 anos de carreira, mesclando criações pioneiras na moda, o sucesso na televisão e o êxito em seu primeiro mandato como deputado federal enquanto se depara com lembranças de sua vida e fatos pouco conhecidos do público.
“O Clodovil era tão amado quanto odiado pelas pessoas, não tinha um meio termo. E nós não fugimos de nada disso. A ideia é mostrar essa personagem tão rica e contraditória sem jamais buscar uma redenção. Ele não gostaria disso”, declara Eduardo Martini, que conviveu com o estilista e há anos tinha o desejo de homenageá-lo no teatro
A pré-candidata a Deputada Federal, Dra. Cristina Lopes Afonso. Cristina foi vereadora por Goiânia em dois mandatos e secretária municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, destacando-se pelo trabalho de afirmação da cultura e dos direitos da comunidade LGBTQIA+, esteve presente ao teatro e salientou que “o talento do ator e a importância de Clodovil para a sociedade brasileira fazem dessa peça um marco. É a cultura, o humor e a seriedade afirmando nosso papel para a transformação social que tanto queremos”. Outra causa que o Clodovil lutou muito foi pelo direito dos padrastos darem sobrenome aos enteados.
“Simplesmente Clô” marca não apenas o retorno de Martini ao palco, mas também o reencontro do ator com Cavalcanti que, há três anos, iniciaram uma parceria teatral com a montagem da comédia “Papo com o Diabo”, dirigida por Elias Andreato. A dupla ainda planeja a montagem de outros três espetáculos até 2022.
“É bastante especial voltar em um projeto como esse, marcando uma parceria como essa. O Clodovil, tenho certeza, será um marco muito grande na minha carreira e para as pessoas que assistirem. Não tem como não se emocionar.
De fevereiro de 2007 até março de 2009, quando morreu aos 71 anos, vítima de acidente vascular cerebral (AVC), Clodovil Hernandes apresentou 17 projetos e uma PEC (proposta de emenda à Constituição) à Câmara. Trabalhou em defesa de mães adotivas, vítimas de violência sexual e da prevenção do câncer de próstata. Nenhuma de suas propostas beneficiava especificamente a comunidade LGBT.
No ambiente político vale frisar que o presidente Bolsonaro usou a admiração por Clodovil para criticar os caciques de Brasília. “Sou diferente de Vossa Excelência em muita coisa, mas, na pureza, confesso, de vez em quando penso como Vossa Excelência. E o Brasil, e este Congresso, mostraria a força em poder mudar o nosso País se agisse um pouco mais com inocência, com pureza, com alma de criança, do que com alma de velhas raposas, astutas, sempre pensando em se perpetuar no poder.” afirmou o presidente no plenário quando Clodovil era vivo. Isso explica a admiração do público da direita ao artista e político tão ovacionado entre os brasileiros patriotas.