Empresas anglo-americanas e Vale Fertilizantes exploram as riquezas do subsolo de Catalão/Ouvidor, deixando para a população apenas os prejuízos.

Dia mundial da água 22 de março levanta questões contra a exploração acelerada da mineração no subsolo de Catalão que vem sendo apelidada de “Cidade cheira baratas”.

Segundos a exploração da mineração no país tem se revelado um processo de dominação mercantilista ao avanço dos mega empreendimentos nos territórios em Goiás que reconfiguram as paisagens, os espaços de trabalho e exercem impactos em diferentes campos da vida, da cultura e da sociedade Catalão.

Celebrado no dia 22 de março, o Dia Mundial da Água é uma data importante para relembrar a importância desse recurso para a manutenção do ecossistema e da vida (humana, das plantas e dos animais), bem como resgatar a pauta de conscientização e boas práticas de preservação.

A mineração desenfreada pode ter vários impactos negativos no lençol freático. O lençol freático é uma camada de água subterrânea que pode ser encontrada em profundidades variadas dependendo da região. É a principal fonte de água potável para muitas comunidades e ecossistemas.

Durante a mineração, as escavações e extrações podem alterar a topografia, a drenagem e a porosidade do solo, o que pode afetar o fluxo de água subterrânea. Além disso, a exposição de materiais como rochas e minerais que normalmente ficariam enterrados podem resultar na formação de ácidros em contato com a água da chuva, água superficial ou água subterrânea, aumentando a acidez das águas que se infiltram no subsolo.

A mineração também pode contaminar a água subterrânea com produtos químicos tóxicos usados em processos como a lixiviação (processo metalúrgico para a extração de metais), lixiviação bacteriana ou cianídrica. Quando despejados próximo ou dentro das minerações, esses produtos químicos vazam em lençóis freáticos, comprometendo sua qualidade para uso humano e prejudicando flora e fauna locais.

À medida que os lençóis freáticos já enfrentam ameaças por mudanças climáticas, poluição e superextração de água, os impactos adicionais da mineração podem agravar esses efeitos em longo prazo, resultando na escassez de água doce e saudável para uso humano e animal.

Hoje tem uma atividade de mineração significativa e enquanto as empresas ANGLO American e Vale Fertilizantes exploram as riquezas do subsolo goiano e fosfato e nióbio a população de  Catalão recebem apenas o prejuízo dessa atividade.

Anglo American é um conglomerado britânico onde sua sede permanece em Londres no Reino Unido e atua no ramo da mineração, sendo um dos maiores do mundo, nessa área de negócios, dedicando-se notadamente à exploração e beneficiamento de metais do grupo da platina, diamantes, cobre níquel, minério de ferro, carvão. Já Mosaic Fertilizantes é uma empresa brasileira de fertilizantes, fundada em 2010, após a compra da Fosfertil pela Vale. A empresa obteve um lucro de 114 milhões de reais no primeiro trimestre de 2011 segundo dados do Wikipédia.

Percebe-se nesses espaços territoriais do potencial de risco que essas empresas podem acarretar ao meio ambiente e agricultura sobre a perspectiva da sociedade. O risco deixou de ser previsível e mensurável passando a ser utilizado para designar a probabilidade de ocorrência de um evento cujas consequências em geral coletivas e de grande magnitude não são de possível previsão ou mensuração de fato ainda que seja possível prever acidentes sócio ambientais da mineradora Anglo América e Vale Fertilizantes.  O perigo que tal situação poderá ocasionar estará alardeado de incertezas seja quanto a sua probabilidade seja quanto a sua magnitude.

Segundo Dom Guilherme Verlanda da Comissão de Justiça e paz da CNBB. “Precisamos ter consciência de que a mineração é um bem que tem limite e um dia vai acabar. A jazida é uma mina, não é um bem renovável. Ele existe hoje e quando a mina acabar a empresa irá embora e o prejuízo vai permanecer.”

Outro impacto importante sentido na cidade da região é o aumento de doenças dermatológicas. Aquelas pulmonares e câncer provocado pelas atividades da indústria devido à emissão de resíduos de flor na atmosfera. Por isso o apelido de cheiro de barata, pois tem trazido muitos prejuízos à saúde e ao meio ambiente.  Situação que levou as mineradoras a serem notificadas para pagar em uma multa no valor de 28 milhões de reais de acordo com ambas as empresas seria as responsáveis pela poluição de Catalão.

A Vale Fertilizantes foi autuada em 10 milhões pela poluição atmosférica e a ANGLO AMERICAN em mais 8 milhões pela poluição gerada em Boa vista além dos prejuízos econômicos e ao meio ambiente o setor de mineração é o que mais enlouquece o trabalhador segundo ocorrências e depoimento de um ex-trabalhador da Anglo American vários acidentes de trabalho acontecem na mineradora  como desmoronamentos, quedas de barranco, poluição, problemas dermatológicos respiratórios e o pior eles são obrigados a pedir demissão em função da sua incapacidade diante dessa situação.

Vários trabalhadores desenvolveram patologias sociais em virtude do assédio moral, ansiedade, depressão, síndrome do pânico e insônia em decorrência da exploração e expansão territorial do metacapitalismo.

Houve uma mudança de paradigma em desfavor da agricultura e a vida das pessoas especialmente nas comunidades rurais.  A atividade da mineração mudou o cenário de ocupação das pessoas na terra e aumentou os conflitos agroecológicos nestas regiões. Com isso aumentaram seus conflitos e as condições de reprodução coletiva da existência e do trabalho dos camponeses em Catalão.

Assim fica elucidada que o processo de acumulação do capital e geração de renda privada na mineração também estimula a práticas de coerção e violência direta ou indireta representações ideológicas, ideias de modernidade que coloca a sociedade em risco na sustentabilidade.

A relação amistosa das empresas com as comunidades e trabalhadores e a riqueza mineral extraída do subsolo pelo complexo minério químico de Catalão deixa para a população vestígios de medo da desapropriação, da responsabilidade de insegurança a acidentes ambientais em um cenário de esgotamento e morte.

Fonte: Palestra do professor Marden Abreu, graduado em Direito, assistente jurídico, e professor.

Em nota a empresa Anglo American da mineração em  Catalão, relata que tem um projeto de expansão que deve triplicar a produção de ferronióbio na região. A primeira fase do projeto Boa Vista Fresh Rock prevê elevar a produção atual de 4 mil para 6,5 mil toneladas a partir dos próximos meses, com investimentos de cerca de US$ 300 milhões. A segunda etapa, que ainda terá investimentos definidos, prevê atingir a produção de 15 mil toneladas de nióbio em 2023.

A informação foi dada esta semana pelo gerente geral de Operações de Nióbio da Anglo American em Catalão e Ouvidor, Paulo Guimarães Misk, durante o 1° Workshop Mineração para Jornalistas, realizado pela empresa em Belo Horizonte (MG).

De acordo com ele, o projeto de expansão da Mineração Catalão ainda está na fase de estudos técnicos e não foi aprovado, mas a primeira etapa já está sendo iniciada, com obras de terraplenagem.

Empregos

Os US$ 300 milhões serão investidos em equipamentos, montagem e processos, mas Paulo Misk ainda não sabe precisar quantos empregos serão gerados na região após a conclusão do projeto de expansão de nióbio. “Só podemos garantir que o projeto vai gerar mais empregos e divisas para o Estado de Goiás, pois temos vocação para crescer”, afirmou.

A Mineração Catalão emprega 384 pessoas, possui 417 contratados e conta com três unidades: Mina Boa Vista (Catalão), Planta Boa Vista (Ouvidor) e Planta Tailings (Ouvidor).

FONTE: Portal Catalão no link: https://www.portalcatalao.com.br/portal/noticias/extracao-de-niobio-deve-triplicar-na-mineracao-catalao,NTV,MTI4OTU.rb

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